Garabi/Panambi: AMM vai persistir na formação de um grupo de
trabalho para atuar no processo de construção das hidrelétricas
27 de Janeiro de 2015
Proposta será apresentada ao secretário estadual de Minas e Energia, dia
6 de fevereiro. Obras compensatórias para os seis municípios missioneiros que
serão atingidos, integram a pauta da audiência.
A falta de informações concretas da Eletrobras e do consórcio de empresas responsável pelos estudos das duas usinas que Brasil e Argentina se organizam para construir no rio Uruguai, até 2016, as hidrelétricas de Garabi e Panambi, têm sido preocupação constante da AMM. Na região das Missões os municípios de Garruchos, Porto Xavier, Roque Gonzales, Santo Antônio das Missões, Pirapó e São Nicolau terão áreas inundadas com a viabilização do projeto Garabi. A compensação dos impactos ambientais, econômicos e sociais para as comunidades e cidades, que terão grande parte da área urbana submersas pelas águas, continua mobilizando os gestores da Associação dos Municípios das Missões. Neste sentido, o presidente da entidade, Junaro Rambo Figueiredo, juntamente com os prefeitos Carlos Cardinal, Sadi Ribas, Puranci dos Santos, Arno Werle e Benone Dias vão se reunir com o secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker, dia 6 de fevereiro, às 9h30min, em Porto Alegre.
Envolvimento das Associações
A comitiva das Missões vai sugerir ao Estado a formação de um grupo de trabalho para atuar na tramitação de todo o processo de construção da Garabi/Panambi, com participação de representantes da AMM e outras Associações das regiões envolvidas. Vale lembrar que, no mês de abril do ano passado durante audiência no Palácio Piratini, na Capital gaúcha, quando esteve em debate o impacto destes dois empreendimentos nos municípios, o presidente Junaro Figueiredo apresentou esta mesma proposta ao então governador Tarso Genro e ao diretor de Geração da Eletrobras, Valter Luiz Cardeal, mas não houve nenhum retorno sobre o assunto. “Estamos apreensivos e com muitas dúvidas. Como ficarão os moradores e a economia das localidades que terão vastas áreas engolidas pela barragem?”, questiona Junaro, enfatizando que é fundamental acompanhar a negociação de perto. “As autoridades estaduais e a Eletrobras devem apresentar um plano viável de desenvolvimento sustentável, com abrangência regional. Vamos permanecer coesos nesta luta”, garante o dirigente da AMM.
Primeira etapa dos trabalhos
Equipes do consórcio de empresas responsável pelos estudos do projeto Garabi já estão trabalhando com medições técnicas, no levantamento das casas e terrenos, localizados nos seis municípios da região das Missões que serão afetados pela hidrelétrica. Mas, de acordo com o prefeito de Porto Xavier, Paulo Sommer, um dos fatores que nesta primeira etapa já está ocasionando transtornos entre prefeituras e integrantes do consórcio, é a elaboração “antecipada” do Estudo de Impacto Ambiental. “O entendimento era de que, nesta primeira fase, seria realizado o pré-cadastro e apresentação da Carta de Intenções do município para, numa etapa posterior, desenvolver o Estudo. Como em Porto Xavier, profissionais do consórcio começaram os estudos antes do previsto e sem conversar com a administração municipal, tivemos que suspender temporariamente as atividades que eles estavam executando em nossa cidade”, explica Sommer, que é vice-presidente da AMM.
Em nome do progresso
Localizado à beira da barranca do rio Uruguai, Garruchos será o município mais atingido. Aproximadamente 85% da cidade, onde vive a maior parte dos 3,2 mil habitantes, ficará completamente alagada, inclusive localidades da área rural. O prefeito garruchense, Carlos Cardinal lembra que quando foi construída no município a estação conversora Garabi, primeira interligação de grande porte entre Brasil e Argentina, era grande a expectativa de crescimento econômico e social. “Há mais de doze anos, quando instalaram a conversora de energia em nossa cidade, prometeram progresso e asfalto. Mas, infelizmente, nada disso aconteceu", lamenta Cardinal.
Medidas compensatórias
O prefeito de Garruchos também manifestou preocupação com o futuro dos moradores que serão afetados pelo barramento da Garabi. “A audiência com o secretário estadual de Minas e Energia será de grande valia, pois precisamos de informações mais precisas sobre as obras compensatórias para as comunidades atingidas. Mais da metade dos garruchenses terão que abandonar suas casas e recomeçar a vida em outro lugar. E nossa cidade terá que ser beneficiada com ações que atendam necessidades prioritárias como a falta de hospital e acesso pavimentado”, ressalta Carlos Cardinal.
Em Roque Gonzales, o prefeito Sadi Wust Ribas está aderindo à medidas que venham ao encontro das carências dos moradores. No inicio deste mês, foi iniciada a formação da Comissão Municipal dos Atingidos pelo projeto de construção da Usina Binacional Garabi, no rio Uruguai. O grupo será integrado por líderes comunitários das localidades que terão áreas inundadas, representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, do Executivo Municipal, entre outros. Sadi Ribas salientou que a principal angústia da administração municipal é com a perda de área no distrito do Rincão Vermelho, onde as terras são bastante produtivas, a maioria de vargem, bem apropriadas para a agricultura e pecuária. “Não queremos que nossos munícipes fiquem no prejuízo. Vamos nos manter firmes na luta pelos direitos dos atingidos, assegurou o prefeito roquegonzalense.
Benone Dias, prefeito de São Nicolau, outro município que terá moradores desalojados pela formação dos reservatórios, evidenciou que “é fundamental o trabalho conjunto dos prefeitos missioneiros e a força política da AMM, nesta retomada de ações direcionadas às consequências da construção da barragem Garabi na região das Missões”. Se for concretizado, o projeto Garabi/Panambi será o maior complexo hidrelétrico e o mais volumoso investimento feito no Rio Grande do Sul.
A falta de informações concretas da Eletrobras e do consórcio de empresas responsável pelos estudos das duas usinas que Brasil e Argentina se organizam para construir no rio Uruguai, até 2016, as hidrelétricas de Garabi e Panambi, têm sido preocupação constante da AMM. Na região das Missões os municípios de Garruchos, Porto Xavier, Roque Gonzales, Santo Antônio das Missões, Pirapó e São Nicolau terão áreas inundadas com a viabilização do projeto Garabi. A compensação dos impactos ambientais, econômicos e sociais para as comunidades e cidades, que terão grande parte da área urbana submersas pelas águas, continua mobilizando os gestores da Associação dos Municípios das Missões. Neste sentido, o presidente da entidade, Junaro Rambo Figueiredo, juntamente com os prefeitos Carlos Cardinal, Sadi Ribas, Puranci dos Santos, Arno Werle e Benone Dias vão se reunir com o secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker, dia 6 de fevereiro, às 9h30min, em Porto Alegre.
Envolvimento das Associações
A comitiva das Missões vai sugerir ao Estado a formação de um grupo de trabalho para atuar na tramitação de todo o processo de construção da Garabi/Panambi, com participação de representantes da AMM e outras Associações das regiões envolvidas. Vale lembrar que, no mês de abril do ano passado durante audiência no Palácio Piratini, na Capital gaúcha, quando esteve em debate o impacto destes dois empreendimentos nos municípios, o presidente Junaro Figueiredo apresentou esta mesma proposta ao então governador Tarso Genro e ao diretor de Geração da Eletrobras, Valter Luiz Cardeal, mas não houve nenhum retorno sobre o assunto. “Estamos apreensivos e com muitas dúvidas. Como ficarão os moradores e a economia das localidades que terão vastas áreas engolidas pela barragem?”, questiona Junaro, enfatizando que é fundamental acompanhar a negociação de perto. “As autoridades estaduais e a Eletrobras devem apresentar um plano viável de desenvolvimento sustentável, com abrangência regional. Vamos permanecer coesos nesta luta”, garante o dirigente da AMM.
Primeira etapa dos trabalhos
Equipes do consórcio de empresas responsável pelos estudos do projeto Garabi já estão trabalhando com medições técnicas, no levantamento das casas e terrenos, localizados nos seis municípios da região das Missões que serão afetados pela hidrelétrica. Mas, de acordo com o prefeito de Porto Xavier, Paulo Sommer, um dos fatores que nesta primeira etapa já está ocasionando transtornos entre prefeituras e integrantes do consórcio, é a elaboração “antecipada” do Estudo de Impacto Ambiental. “O entendimento era de que, nesta primeira fase, seria realizado o pré-cadastro e apresentação da Carta de Intenções do município para, numa etapa posterior, desenvolver o Estudo. Como em Porto Xavier, profissionais do consórcio começaram os estudos antes do previsto e sem conversar com a administração municipal, tivemos que suspender temporariamente as atividades que eles estavam executando em nossa cidade”, explica Sommer, que é vice-presidente da AMM.
Em nome do progresso
Localizado à beira da barranca do rio Uruguai, Garruchos será o município mais atingido. Aproximadamente 85% da cidade, onde vive a maior parte dos 3,2 mil habitantes, ficará completamente alagada, inclusive localidades da área rural. O prefeito garruchense, Carlos Cardinal lembra que quando foi construída no município a estação conversora Garabi, primeira interligação de grande porte entre Brasil e Argentina, era grande a expectativa de crescimento econômico e social. “Há mais de doze anos, quando instalaram a conversora de energia em nossa cidade, prometeram progresso e asfalto. Mas, infelizmente, nada disso aconteceu", lamenta Cardinal.
Medidas compensatórias
O prefeito de Garruchos também manifestou preocupação com o futuro dos moradores que serão afetados pelo barramento da Garabi. “A audiência com o secretário estadual de Minas e Energia será de grande valia, pois precisamos de informações mais precisas sobre as obras compensatórias para as comunidades atingidas. Mais da metade dos garruchenses terão que abandonar suas casas e recomeçar a vida em outro lugar. E nossa cidade terá que ser beneficiada com ações que atendam necessidades prioritárias como a falta de hospital e acesso pavimentado”, ressalta Carlos Cardinal.
Em Roque Gonzales, o prefeito Sadi Wust Ribas está aderindo à medidas que venham ao encontro das carências dos moradores. No inicio deste mês, foi iniciada a formação da Comissão Municipal dos Atingidos pelo projeto de construção da Usina Binacional Garabi, no rio Uruguai. O grupo será integrado por líderes comunitários das localidades que terão áreas inundadas, representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, do Executivo Municipal, entre outros. Sadi Ribas salientou que a principal angústia da administração municipal é com a perda de área no distrito do Rincão Vermelho, onde as terras são bastante produtivas, a maioria de vargem, bem apropriadas para a agricultura e pecuária. “Não queremos que nossos munícipes fiquem no prejuízo. Vamos nos manter firmes na luta pelos direitos dos atingidos, assegurou o prefeito roquegonzalense.
Benone Dias, prefeito de São Nicolau, outro município que terá moradores desalojados pela formação dos reservatórios, evidenciou que “é fundamental o trabalho conjunto dos prefeitos missioneiros e a força política da AMM, nesta retomada de ações direcionadas às consequências da construção da barragem Garabi na região das Missões”. Se for concretizado, o projeto Garabi/Panambi será o maior complexo hidrelétrico e o mais volumoso investimento feito no Rio Grande do Sul.
Por Karin Schmidt
Fonte: Assessoria de imprensa
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