Cerro Largo: estudo revela baixa ocorrência de árvores próprias para a arborização no município
A
arborização de Cerro Largo é composta por poucas árvores nativas,
reduzido número de espécies frutíferas, baixa riqueza de espécies e por
espécies impróprias para arborização. Esse é o resultado preliminar de
um estudo realizado pelo projeto de extensão da Universidade Federal da
Fronteira Sul (UFFS) – Campus Cerro Largo denominado “Inventário e
diagnóstico da arborização urbana do município de Cerro Largo (RS)”. O
estudo, que iniciou em abril deste ano, já avaliou 27 quadras da cidade,
totalizando 9,7 quilômetros de vias públicas. Nesta área, foram
verificadas 39 espécies de árvores representadas por 1519 indivíduos
arbóreos.
Após a conclusão do
projeto os resultados serão apresentados e discutidos com o poder
público do município para que possa desenvolver atividades voltadas para
melhoria, ampliação e proteção da arborização urbana. Além disso,
conforme a coordenadora do estudo, professora Mardiore Tanara Pinheiro
dos Santos, o objetivo também é contribuir com a conscientização da
população sobre a importância da arborização urbana.
Árvores Nativas
O resultado prévio aponta
que, dentre as 39 espécies catalogadas, apenas 7% são nativas do Rio
Grande do Sul. As árvores nativas, ao contrário das exóticas, são
naturalmente adaptadas às condições de solo e clima da sua região de
origem. Além disso, existem inúmeras interações ecológicas entre as
árvores e a fauna nativas que, conforme Mardiore, precisam ser
preservadas. “As flores de espécies nativas, como o açoita-cavalo, ipê,
ingá, canafístula e a orelha-de-macaco, oferecem recursos alimentares
para abelhas, borboletas e beija-flores, que, por sua vez, contribuem
com a reprodução das plantas. As espécies frutíferas, como pitangueira,
goiabeira e araçá, são fontes de alimento para aves”, exemplifica.
A escolha de uma árvore
para arborização está diretamente relacionada com o local onde ela será
plantada. Em vias públicas, por exemplo, onde há fiação elétrica,
deve-se dar preferência por espécies de menor porte; nos passeios, o
ideal é utilizar espécies cujas raízes não rompam calçadas, bem como em
locais com rede fluvial, rede de esgoto e de água potável. Uma das
colaboradoras do projeto, professora Tatiane Chassot, acrescenta que,
além desses cuidados, “deve-se evitar espécies tóxicas e muito
suscetíveis ao ataque de pragas e escolher uma composição de espécies
que proporcione a presença de flores e de frutos ao longo de todo o
ano”.
Educação Ambiental
Após essa etapa de
levantamento e diagnóstico, o projeto passa a uma nova fase, que é a de
divulgar as informações à comunidade local com o fim de promover a
conscientização. As professoras salientam a importância do entendimento
da arborização ideal por parte do cidadão, já que ela contribui para a
qualidade de vida das pessoas, por meio do embelezamento das ruas e
praças, produção de sombra, diminuição da temperatura, da poluição
sonora, da intensidade do vento, entre outros. “As pessoas devem evitar
danificar as árvores com podas drásticas, utilização dos troncos como
suporte para lixeiras e fixação de placas, por exemplo. Além disso, em
se tratando de educação ambiental, as cidades podem ser locais de
preservação da flora e fauna, e o cidadão pode contribuir para isto ao
escolher plantar uma espécie nativa”, argumenta Mardiore.
A equipe do projeto
pretende contribuir para o replanejamento da arborização, o manejo e a
preservação das árvores existentes nas ruas e avenidas em Cerro Largo. O
grupo é composto por cinco professores da UFFS, além dos alunos
bolsistas do curso de Agronomia, Ana Paula Batista e Émerson Oliveira
Machado, os voluntários também do curso de Agronomia, Lucas Sauer e
Samuel Thomas e do curso de Ciências Biológicas, Soani Frey.
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