sexta-feira, 13 de junho de 2014

NOTICIAS DA UFFS.

Incubadora do Campus Cerro Largo pretende assessorar empresas de economia solidária da região

“O agricultor familiar tem que ter visão de mercado, obedecer contrato, planejamento produtivo. Para ele, são coisas muito novas. Por exemplo: como um produto de Santo Antônio das Missões vai vir para Cerro Largo, ou ir a Santo Ângelo, se o pequeno agricultor não tem a percepção da logística, de como montar um custo, como devem ser as operações, por que (o produto) nunca saiu de seu município?” O questionamento parte de uma das principais articuladoras da Rede Missioneira da Agricultura Familiar (Remaf), Lisiane Cunha. A rede abrange dez cooperativas atuantes em 25 municípios da região, o que equivale a cerca de 500 famílias de pequenos agricultores. Para aumentar as chances dessas famílias atuarem no mercado de alimentos com qualidade, a Remaf está recebendo assessoria técnica e de infraestrutura por meio de incubação disponibilizada pela UFFS – Campus Cerro Largo. Essa assessoria faz parte do projeto “Incubadora Tecnossocial de Cooperativas e Empreendimentos Econômicos Solidários (ITCES)”, vinculado ao curso de Administração da Instituição.
A Remaf recebeu uma sala no espaço destinado ao projeto, no Campus Cerro Largo, com computador, acesso à internet, entre outros materiais necessários, além de usufruir do conhecimento técnico de professores da UFFS e de 11 alunos bolsistas. “Só pelo fato de nossa equipe de trabalho estar em condições agradáveis com estrutura de internet, já é um ponto de partida imenso para a entidade. Até se capitalizar para conseguir esse espaço levaria muito tempo”, conclui Lisiane.
Na sala do projeto ainda há espaço para outras quatro empresas incubadas que serão selecionadas por meio de um edital que sairá em agosto deste ano. “Poderão concorrer as cooperativas e empresas de economia solidária, que estão localizadas na região de abrangência da UFFS. Após a seleção, receberão infraestrutura e assessoria durante cinco anos, para que tenham força e se firmem no mercado”, explica a coordenadora do programa, Louise Botelho.
O ITCES, com vigência de dez anos, recebeu recursos financeiros externos de 15 projetos, como o Programa de Extensão Universitária (Proext) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Durante o tempo em que estiver atuando, será possível, segundo Louise, cumprir as etapas de pré-incubação, incubação e desincubação das empresas.

Seminário Interno
O projeto deverá envolver ensino, pesquisa e extensão. No ensino, por exemplo, a coordenadora afirma que serão realizadas duas rodadas de cinco encontrosdo Seminário Interno de Cooperativismo e Economia Solidária. “Serão encontros noturnos de duas horas e valem como Atividades Curriculares Complementares (ACCs) para os alunos de todos os cursos. Está aberto também para a comunidade externa”.
Em agosto deste ano, haverá outro seminário, ocasião em que será divulgado o edital de seleção das empresas. Louise adianta que serão apresentados exemplos do desenvolvimento de incubadoras dentro de algumas universidades.

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