quarta-feira, 27 de setembro de 2017

NOVO CENTRO CIRURGICO DA AHCASA.

O Lions Clube e a Associação Hospitalar
de Caridade Serro Azul realizaram ontem
terça feira dia 26 , a inauguração das reformas
realizadas no Centro Cirurgico da AHCASA.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

AMM comemora reabertura do Museu das Missões nesta sexta-feira, em São Miguel

AMM comemora reabertura do Museu das Missões nesta sexta-feira, em São Miguel

26 de Setembro de 2017

Mais um momento importante para a região missioneira acontece nesta sexta-feira (29), às 11 horas da manhã, em São Miguel das Missões: a reabertura do Museu das Missões. Depois de passar por uma obra emergencial para recuperação da edificação do Museu e da antiga Sacristia (localizada junto às ruínas da Igreja de São Miguel Arcanjo), em função das graves danificações causadas pelo tornado que atingiu São Miguel em abril de 2016, as portas serão reabertas para visitação.

O edifício é da década de 1940, projetado por Lucio Costa com o objetivo de reunir o rico e marcante acervo sacro dos Sete Povos das Missões. As obras foram executadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O presidente da Associação dos Municípios das Missões (AMM) e Fundação dos Municípios das Missões (Funmissões), Brasil Antonio Sartori, destacou que “embora o evento acontecerá no mesmo horário da assembleia da AMM em São Luiz Gonzaga, anteriormente agendada, a AMM estará representada neste ato de comemoração para a história e cultura da região das Missões”.

RECONHECIMENTO MUNDIAL
De acordo com Adriana Almeida, chefe do Parque Histórico Nacional das Missões – Iphan/RS, a partir do dia 29, duas salas expositivas do Pavilhão Lúcio Costa serão reabertas ao público; e a outra sala servirá como laboratório de campo para os trabalhos de recuperação do acervo, que estão sendo coordenados pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM).
“A reabertura do Museu das Missões e da antiga Sacristia é de grande relevância para a região, pois permitirá que esses bens de reconhecimento mundial estejam acessíveis novamente ao público, de forma íntegra, evidenciando o protagonismo das Missões Jesuíticas dos Guarani na formação deste território”.

MISSÕES JESUÍTICAS NO BRASIL
São Miguel das Missões foi o local de uma das missões jesuíticas que compreendiam os 30 povos indígenas entre Brasil, Argentina e Paraguai durante a colonização portuguesa e espanhola. Em 1937, o arquiteto Lucio Costa foi enviado ao Rio Grande do Sul para analisar os remanescentes dos Sete Povos das Missões e a visita resultou no tombamento, pelo Iphan, em 1938, dos remanescentes das Missões. Em 1983, o sítio arqueológico de São Miguel foi declarado Patrimônio Mundial Cultural pela Unesco e em 2009 foi criado o Parque Histórico Nacional das Missões, que reúne os sítios arqueológicos de São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São Nicolau e o de São João Batista.

Por Karin Schmidt
Fonte: Assessoria de Comunicação Iphan

ASSEMBLÉIA DA AMM E DO DETUR SERÁ NA EXPO SÃO LUIZ.

Expo São Luiz será palco de assembleia da AMM e do Detur
26 de Setembro de 2017

No próximo dia 29 de setembro, a partir das 9 horas da manhã, será realizada a assembleia da Associação dos Municípios das Missões (AMM) e Fundação dos Municípios das Missões (Funmissões), dentro das festividades da Expo São Luiz 2017. De acordo com o presidente da AMM/Funmissões, Brasil Antonio Sartori, que conduzirá os trabalhos, a pauta está sendo finalizada com temas relevantes para os 26 municípios, em todas as áreas de atuação.

No período da tarde, às 13h30min, começa a reunião do Departamento de Turismo (Detur), coordenada pelo diretor do Detur/Funmissões e prefeito de São Nicolau, Ricardo Klein, quando estarão em debate diversos assuntos que vão ao encontro do fortalecimento do turismo missioneiro.

Para o prefeito anfitrião, Sidney Brondani, a Expo é um evento que evidencia o potencial econômico, tanto na área agrícola quanto na indústria, no comércio e na prestação de serviços. “É a oportunidade de mostrarmos para o Estado e para o país, que nossa microrregião de São Luiz Gonzaga tem potencial para investimentos, pois temos uma sociedade com instituições que atuam sempre na coletividade”, destacou Brondani ao salientar que o encontro mensal da AMM e do Detur se insere neste contexto.

POTENCIALIDADES SÃO-LUIZENSES“Sediar a reunião mensal da nossa Associação, bem como do Detur, dentro da programação da Expo São Luiz, é mais uma demonstração da atenção que a região tem com São Luiz Gonzaga e sua microrregião. Além dos encontros de trabalho, todos estão convidados a visitar os estandes da nossa feira”, convidou o prefeito. Com o mesmo entusiasmo, a dirigente do setor de Turismo, Rose Grings, destacou que durante a reunião do Detur será exibido um vídeo exaltando os atrativos turísticos de São Luiz Gonzaga.

MISSÕES PELA VIDA
Em paralelo, acontecerá a reunião das Primeiras-Damas da AMM, que tem entre as atividades a elaboração dos critérios para avaliação das escolhas das poesias a nível municipal, e homenagens para a culminância do projeto "Missões pela Vida, No Outono da Vida", em novembro deste ano. Também estarão reunidos os secretários de Saúde, Meio Ambiente e Agricultura.

EXPO SÃO LUIZ
No Parque de Exposições do Sindicato Rural de São Luiz Gonzaga, a Expo São Luiz 2017 começa na próxima quarta-feira (27/9) e vai até domingo (1/10), com uma programação diversificada para todos os públicos. “A Expo São Luiz promete superar expectativas. Eventos desta magnitude, que exaltam e valorizam o trabalho desenvolvido por lideranças, comerciantes, empresários e voluntários da comunidade, sempre resultam em benefícios para a população local e regional”, afirmou o presidente da AMM/Funmissões e prefeito de Entre-Ijuís, Brasil Antonio Sartori.

Por Karin Schmidt
Fonte: Assessora de Imprensa-AMM

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

AMM/Funmissões entregou plano de ação regional aos técnicos do Ministério do Turismo

AMM/Funmissões entregou plano de ação regional aos técnicos do Ministério do Turismo 

25 de Setembro de 2017
O material, que tem como prioridade a ponte internacional Porto Xavier/San Javier, será submetido à análise do MTur para posterior encaminhamento e avaliação do BID

Mais um passo dado rumo à viabilização dos investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no valor de 100 milhões de dólares, que poderão ser destinados ao desenvolvimento do turismo integrando as Missões Jesuíticas da América do Sul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, e Bolívia). Em audiência publica no Centro de Cultura em Santo Ângelo, técnicos do Ministério do Turismo (MTur) receberam o plano de ação preliminar, com projetos dos 26 municípios da Associação dos Municípios das Missões (AMM) e Fundação dos Municípios das Missões (Funmissões).

O documento foi elaborado pela AMM/Funmissões, sob a coordenação do secretário Executivo do Departamento de Turismo (Detur), Marcos Mattos, em parceria com o Corede Missões, URI Santo Ângelo e com o empresário José Roberto de Oliveira. Em nome do setor público e privado da região das Missões, o material foi entregue pelo presidente da AMM/Funmissões, Brasil Antonio Sartori. “Precisamos da especial atenção do Ministério do Turismo. Para tanto, solicitamos que técnicos do MTur venham passar uns dias na região e trabalhar na seleção de prioridades, em conjunto com os prefeitos e demais envolvidos”, destacou Sartori, que é prefeito de Entre-Ijuís, parabenizando o deputado estadual, Eduardo Loureiro, pela realização da audiência na região, que contou com o apoio da Secretaria Municipal de Turismo de Santo Ângelo na organização do evento.

Promovida pela Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa, que é presidida pelo deputado Eduardo Loureiro, a audiência pública ocorreu na sexta-feira (22) e teve como finalidade a expansão do turismo missioneiro a partir da Rota Internacional Jesuítica, com enfoque no Programa Global de Crédito do BID. Neste intuito, estiveram presentes o diretor do Departamento de Ordenamento do Turismo, Rogério Coser e o coordenador geral de Planejamento Territorial do Turismo, ambos do MTur.
“Convidamos os técnicos do Mtur, que foram designados pelo ministro Marx Beltrão, e estão em contato permanente com o BID. Portanto, eles têm todas as informações quanto às próximas etapas, após a assinatura pelo ministro Beltrão da carta de adesão do governo brasileiro, ao programa do BID, que prevê o financiamento de projetos vinculados ao circuito internacional das Missões Jesuíticas”, explicou Loureiro. Prefeito anfitrião, Jacques Barbosa salientou que o maior objetivo deste projeto se chama integração, entre o Brasil e demais países envolvidos. Ele evidenciou que o plano de ação regional contempla as necessidades das 26 cidades da AMM, de forma a ampliar o desenvolvimento da cultura, artesanato e empreendedorismo das Missões.

PRIORIDADE CONSAGRADA
Considerada uma questão consagrada como projeto prioritário, a construção da ponte internacional Porto Xavier/San Javier foi definida, por unanimidade entre os participantes do evento, como prioridade macrorregional na proposta de investimentos do Banco Interamericano. Também os prefeitos da Grande Santa Rosa, de Porto Vera Cruz, Delfor Barbieri e de Campina das Missões, Afonso Lucio Perius, declararam apoio a ponte internacional Porto Xavier/San Javier.

PROJETOS MISSIONEIROS
Acessos asfálticos aos sítios arqueológicos São João Batista (Entre-Ijuís), São Lourenço (São Luiz Gonzaga), Santuário do Caaró (Caibaté) e aos municípios de Garruchos e Pirapó; sinalização turística para todo o roteiro internacional (lado brasileiro); internacionalização do aeroporto Sepé Tiaraju (Santo Ângelo); Centros de Interpretação, Atendimento e Atenção ao Turista, estão entre os 85 itens preliminares dos projetos turísticos da região das Missões, contemplando ações nos 26 municípios.
LANÇAMENTO PAC CIDADES HISTÓRICAS
Prefeito de São Miguel das Missões, Hilário Casarin convidou a todos para o lançamento do projeto PAC Cidades Históricas, dia 28 deste mês, em São Miguel das Missões. “Este é o grande projeto turístico regional, que está pronto e prevê investimentos no valor de 70 milhões de reais em um único local. Sua concretização vai trazer e manter por mais dias os turistas na região, fortalecendo os caminhos missioneiros dos 7 Povos, dos 30 Povos e dos 26 municípios da AMM”, ressaltou Casarin.
Em apoio a manifestação do prefeito de São Miguel, o deputado federal Darcísio Perondi, que esteve presente na audiência pública, garantiu “que vai pegar pesado junto a bancada federal para viabilizar a liberação dos 70 milhões de reais”. Perondi também fez questão de reafirmar seu compromisso na articulação dos investimentos do BID aos projetos da região missioneira.

PARCERIA DO ESTADO E DA UNIÃO
Representando o governo do Estado, o secretário adjunto da Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer (Sedactel), André Kryczzun, reiterou que o Estado é parceiro para que, dentro do possível, sejam viabilizados os recursos do BID. “A Sedactel tem atuado com empenho para atender todas as demandas da região, em apoio a governança local, que é quem está a frente deste processo do BID desde o início, e que será fundamental para o desenvolvimento da região”.
O presidente da organização Brasileira das Cidades Patrimônio Mundial, Mário Nascimento, que representou a presidência da Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs), frisou que todos os prefeitos da AMM estão trabalhando no fortalecimento do turismo e destacou: “a diferença é que agora o governo federal assumiu este processo ao assinar a carta de interesse, importantíssimo para que a região das Missões faça parte da agenda de investimentos do BID”.
PRÓXIMOS PASSOS
Os técnicos do Ministério do Turismo fizeram uma ampla e esclarecedora explanação sobre os meios necessários para a liberação da parte dos recursos do BID, que poderão ser destinados ao Brasil, bem como as próximas etapas do processo, entre as quais destacam-se: elaborar o planejamento/Plano de Ação Global para a região das Missões Jesuítas no Brasil, embasado no material entregue pela AMM/Funmissões; apresentar o Plano, elaborado e aprovado pelos interlocutores da região das Missões, ao Ministério do Turismo, por meio do governo de Estado do Rio Grande do Sul; o Mtur encaminhará o Plano de Ação Global ao BID, após validar a metodologia utilizada, no que tange ao planejamento participativo dos entes envolvidos na região; o Banco Interamericano de Desenvolvimento avaliará o Plano de Ação apresentado, com possível agendamento de reuniões para definição de priorização das ações propostas, e inclusão no documento referencial do Programa; o documento final do Programa será elaborado pelo BID e aprovado pelos países participantes.

“Ainda temos uma longa caminhada e de muito trabalho quanto a aquisição dos investimentos do BID para a região das Missões. Por isso a importância em seguirmos mobilizados e articulados, iniciativa pública e privada, sempre contando com a o apoio e confiança de toda a população missioneira”, concluiu o dirigente da AMM/Funmissões, Brasil Antonio Sartori.

Também participaram da audiência púbica o diretor do Detur/Funmissões, Ricardo Klein; a representante do ministro de Desenvolvimento Social (MDS), Nara Damião;o deputado estadual, Bombeiro Bianchini; o presidente da Câmara de Vereadores de Santo Ângelo, Adolar Queiroz; a chefe do escritório IPHAN Missões, Adriana Almeida; prefeitos; vice-prefeitos; vereadores, gestores de turismo, secretários municipais, empresários, imprensa, autoridades militares, agências de Turismo, entre outros.

Por Karin Schmidt
Fonte: Assessoria de Imprensa-AMM

sábado, 23 de setembro de 2017

AMM sediou encontro sobre criação de um abrigo em Cerro Largo para crianças e adolescentes

AMM sediou encontro sobre criação de um abrigo em Cerro Largo para crianças e adolescentes
23 de Setembro de 2017
Tratativas terão seguimento no próximo dia 5 de outubro, em novo encontro na Associação dos Municípios das Missões

Em reunião realizada na sede da Associação dos Municípios das Missões (AMM), na sexta-feira (22), promovida pelo Poder Executivo, Poder Judiciário e Ministério Público de Cerro Largo, foi discutida a possibilidade de constituir um serviço de acolhimento para crianças e adolescentes, no município em questão, por meio de consórcio. Conforme explicou o prefeito anfitrião, Valter Hatwig Spies, a iniciativa visa sistematizar o interesse comum dos municípios que compõem as Comarcas Judiciárias de Cerro Largo e Guarani das Missões, e demais que manifestem interesse em integrar esta parceria.

No encontro ficou acertado que a próxima reunião será no dia 5 de outubro na AMM, a partir das 9 horas da manhã. “Na ocasião estaremos tratando sobre a formalização dos convênios e documentação necessária, com as devidas orientações jurídicas para os municípios interessados em aderir ao consórcio”, explicou o prefeito de Cerro Largo, Valter Spies, ao acrescentar que tal serviço visa minimizar as dificuldades enfrentadas em casos de situações e risco e vulnerabilidade social de crianças e adolescentes.

“Contamos com a participação de todos os prefeitos da AMM, pois serão definidas questões importantes para a criação do consórcio, inclusive sobre a equipe de profissionais que vai atuar nesta área”.
Os trabalhos foram conduzidos pelo juiz da Infância e Juventude, Marco Antônio Preis e pelo promotor de Justiça, André Luis Negrão Duarte, de Cerro Largo, com o apoio do prefeito Valter Spies. Também participaram os prefeitos de Guarani das Missões, Jeronimo Jaskulski, de Roque Gonzales, João Haas, de Ubiretama, Ildo Leske, o vice-prefeito de Porto Lucena, Ueslei Vlieger, município que manifestou interesse na adesão do consórcio, assistentes sociais e assessores jurídicos.

Por Karin Schmidt
Fonte: Assessora de Imprensa-AMM

terça-feira, 12 de setembro de 2017

SEMANA FARROUPILHA 2017.

A Semana Farroupilha que é a maior festa 
popular do Rio Grande do Sul, tem neste ano o
tema "Farroupilhas : idealistas, revolucionários e 
fazedores de história ", que foi defenido pela 
Comissão Estadual dos Festejos Farroupilhas,
no 65º. Congresso Tradicionalista Gaúcho, realizado 
em Bento Gonçalves no mês de janeiro.

*Folha da produção

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

A DITADURA DAS EMPREITEIRAS-"AS QUATRO IRMÃS ".

A Ditadura das Empreiteiras – “As Quatro Irmãs”

Apesar de mais conhecidas no Brasil por sua atuação no setor de construção civil, as chamadas “quatro irmãs” – Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez – hoje atuam em diversas outras atividades. As empreiteiras respondem apenas por parte dos lucros destes grupos econômicos que atuam em todos os continentes, com foco nos mercados da África, América Latina e Ásia. Juntas, possuem empreendimentos que vão do agronegócio à moda, passando pela petroquímica, setor armamentício, telefonia e operação de concessões diversas.
Os controladores, porém, permanecem os mesmos e os maiores ganhos ficam com as famílias que comandam as empresas. “O controle de base familiar é uma característica da formação do capital monopolista dos grupos econômicos constituídos no Brasil. Embora isso não impeça a abertura de capital, esta é feita de modo a preservar sempre o controle acionário dos ativos mais rentáveis pelas famílias controladoras. Isso confere à estrutura societária desses grupos um formato piramidal, em que um controlador último controla toda uma cadeia de empresas”, analisa o cientista político da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) João Roberto, que coordena o Instituto Mais Democracia.
Além do controle familiar, outro traço comum é o fato de serem grandes financiadoras de campanhas. Entre as eleições de 2002 e 2012, juntas, as quatro empresas investiram mais de R$ 479 milhões em diversos comitês partidários e candidaturas pelo Brasil. No Estado do Rio de Janeiro, o PMDB é de longe o partido mais beneficiado, com R$ 6,27 milhões, mais que a soma dos quatro seguintes: PT, PSDB, PV e DEM. Porém os repasses podem ser ainda maiores em anos não-eleitorais. Em 2013, por exemplo, somente a Odebrecht repassou R$ 11 milhões dos R$ 17 milhões arrecadados pelo PMDB.
Além dos contratos para obras públicas, o governo federal também incentiva o negócio dessas empresas através do BNDES. Por meio da Lei de Acesso à Informação a reportagem apurou que, entre 2004 e 2013, o banco realizou 1665 transferências para as construtoras das “quatro irmãs”, totalizando mais de R$ 1,7 bilhão em empréstimos. Deste total, a Odebrecht e Andrade Gutierrez foram as maiores beneficiadas, levando R$ 1,1 bilhão. As duas também lideram o ranking de desembolsos para operações de exportação entre 2009 e março de 2014. Juntas, levaram mais de U$ 5,8 bilhões em empréstimos neste segmento. “É importante chamar a atenção para o fato de que o BNDES também tem participações, através do BNDESPAR no capital de empresas controladas pelas referidas empreiteiras, como a CPFL, controlada pela Camargo Correa; a Braskem, controlada pela Odebrecht; e da Oi/Telemar, controlada pela Andrade Gutierrez”, destaca João Roberto.
Conheça a história dessas quatro gigantes.
OAS
“Obras Arranjadas pelo Sogro”, “Obrigado Amigo Sogro”, “Organização Apoiada pelo Sogro”… As paródias com a sigla da construtora OAS vão tão longe quanto a imaginação permite. Em comum, a eterna gratidão da empresa ao “sogro”, que pode ser descrito com outras três letras: ACM, ou Antônio Carlos Magalhães, político símbolo do coronelismo na Bahia. Já o referido genro atende pelo nome de Cesar Araújo Mata Pires, dono do grupo empresarial, que debutou na lista de bilionários da Forbes em 2014 com aproximadamente R$ 3,6 bilhões em patrimônio pessoal.
Criada em 1976, a empresa levou apenas oito anos para ficar entre as dez maiores do Brasil. Além do “A” de Cesar Araújo, a sigla da companhia traz outros dois sobrenomes: “O” de Durval Olivieri e “S” de Carlos Suarez. Em comum, os três tinham ainda experiência de trabalho na construtora Odebrecht.
ACM na sala de ex-votos e graças alcançadas da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador (BA) Foto: Mathieu Bertrand Struck
Assim, a OAS começou a atuar por meio de subcontratos com a Odebrecht. Foi por meio dela também que Cesar Araújo conheceu o então governador Antonio Carlos Magalhães. O futuro encontro dele com a filha de ACM iria aquecer não só seus corações, mas também os negócios da empresa.
Segundo o historiador Pedro Campos, da Universidade Federal Fluminense, a OAS atuava apenas no nordeste até o final da década de 80, em especial nos estados governados por aliados de ACM. “A ARENA era muito poderosa no norte e nordeste. E Antonio Carlos tinha muitos aliados ali. A OAS chega ao sudeste apenas na década de 90”, diz. Ex-proprietário da TV Bahia, retransmissora da Globo na região, e filiado ao PSD, Mata Pires de fato deve muito ao sogro pela ascensão da OAS.
Hoje, no Rio de Janeiro, a empresa é responsável pela construção da Transcarioca, parte do consórcio Porto Novo S/A e é uma das controladoras do Metrô Rio, por intermédio da Invepar. Dentre os projetos ligados à Copa e Olimpíadas, a OAS também participa dos consórcios do Porto Maravilha (R$ 7,7 bilhões), Transolímpica (R$ 1,6 bilhão), Reabilitação Ambiental da Bacia de Jacarepaguá (R$ 673 milhões), do VLT (R$ 1,2 bilhão), além de ter feito as obras de controle de enchentes na Praça da Bandeira, próximo ao Maracanã (R$ 292 milhões).
A OAS foi a empresa que mais financiou campanhas de Sergio Cabral para o governo do Estado: foi repassado R$ 1,8 milhão diretamente para suas duas candidaturas, em 2006 e 2010. Em 2008, a construtora também investiu no principal candidato à prefeitura do Rio: foram R$ 350 mil diretamente para a campanha de Eduardo Paes. Ainda que se leve em conta os R$ 850 milhões repassados para o comitê financeiro do PMDB no Rio de Janeiro entre 2006 e 2012, os financiamentos de campanha são uma bagatela perto dos contratos bilionários firmados com a empresa durante a gestão de ambos.
Apesar do êxito da empresa em todo o país, as condições de trabalho para os operários da OAS estão longe de serem as melhores. Após fiscalização em obras do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo no ano passado, o Ministério Público e Ministério do Trabalho encontraram nada menos que 111 operários em condições análogas à escravidão. A OAS foi obrigada a pagar multa de R$ 15 milhões.
A OAS foi a empreiteira entre as “quatro irmãs” que mais demorou para se internacionalizar, expandindo seus negócios apenas em 2003. Atualmente já realiza diversas operações internacionais, algumas delas por meio da OAS Finance Limited, subsidiária nas Ilhas Virgens Britânicas, e toca projetos em praticamente toda América do Sul e Central, além de Moçambique, Angola, Guiné Equatorial, Gana e Guiné, na África.
No Brasil, a OAS foi uma das investigadas pela Polícia Federal, durante a Operação Caixa Preta, por irregularidades na licitação de obras em 10 aeroportos. A Justiça Federal do Distrito Federal julga os envolvidos por fraude nas licitações e formação de quadrilha. Quatro obras ainda estão em fase de inquérito no Ministério Público: os aeroportos de Uberlândia, Cuiabá, Corumbá e de Brasília.
O IMPÉRIO DE AREIA
Diplomação de Sebastião Camargo na Escola Superior de Guerra (acervo CDMCC)
Em 1926, seria difícil imaginar que as carroças de Sebastião Ferraz de Camargo um dia fariam de sua futura viúva a mulher mais rica do Brasil, com um patrimônio de US$ 13 bilhões. Aos 17 anos o jovem de Jaú (SP) transportava areia para a construção de estradas no interior paulista. Dez anos depois, fundou a Camargo Corrêa & Cia Ltda em parceria com o advogado Sylvio Correa, que deixaria sua marca no nome da empresa mesmo tendo saído dela em 1964. Em 1985, Sebastião Camargo já comandava a maior empreiteira do Brasil e era doutor honoris causa na Escola Superior de Guerra – mesmo tendo o primário inconcluso.
De fato, não foram apenas os cavalos que levaram a carroça de Sebastião ao topo da economia brasileira. Sua decisiva proximidade com a cúpula de Brasília começou com a construção das vias de acesso à própria capital, no Governo JK, mas foi estreitada com a ditadura militar. “A Camargo Correa é a maior empreiteira do regime militar, a mais vinculada com o projeto da ditadura”, afirma o historiador Pedro Campos.
Na época, Sebastião se tornou alvo de grupos guerrilheiros, como a Ação da Libertadora Nacional (ALN) e a VPR, comandada por Carlos Lamarca. Seu nome é mencionado em depoimentos e publicações da ALN como alvo preferencial, ao lado de outros empresários, como Pery Igel (Grupo Ultra/Ultragás) e Roberto Campos (Univest/Investbanco). “Existe uma características comum entre os três supracitados cavalheiros: todos financiam a repressão policial da ditadura, pagam os carrascos da OBAN (Operação Bandeirantes) e dão prêmios de milhões de cruzeiros por cada guerrilheiro assassinado”, publicou a ALN na quinta edição de seu jornal “Venceremos”.
A proximidade com a ditadura também lhe rendeu diversas obras públicas para alavancar seu negócio, mesmo fora do Brasil. A participação de sua empresa na construção da hidrelétrica de Itaipu, por exemplo, teria sido uma imposição ao governo de Ernesto Geisel feita por seu parceiro de pescaria, o ditador Alfredo Stroessner, que governou o Paraguai por 35 anos.
Avesso a entrevistas, Sebastião Camargo declarava abertamente sua simpatia pelo regime autoritário, mesmo após a redemocratização. “Acho que o grande progresso do Brasil foi no governo militar”, disse o fundador da empreiteira em entrevista para a Folha de São Paulo, em 1990.
Reprodução da tese “A ditadura dos empreiteiros” de Pedro Campos :
Enquanto se fortalecia na construção civil, Sebastião começou a diversificar e internacionalizar seus negócios. Em 1978, a empresa estreou no exterior na liderança de um consórcio internacional para construir uma usina hidrelétrica na Venezuela. A estratégia funcionou. Em 2012 pouco mais da metade da receita líquida de R$ 23,372 bilhões da empresa veio do ramo de cimento (com a InterCement) ou engenharia; o restante vem de áreas como concessões de transporte e energia (CCR, CPFL Energia), indústria naval (Estaleiro Atlântico Sul), incorporação imobiliária e vestuários e calçados (Alpargatas). Pertencem a este último grupo, inclusive, as marcas mais conhecidas da empresa, como as Havaianas, Topper, Rainha, Mizuno e Osklen.
O império da mais antiga das empreiteiras se viu fortemente abalado em 2009 com a operação Castelo de Areia da Polícia Federal. A investigação sobre crimes financeiros e lavagem de dinheiro da empresa trouxe à tona denúncias de formação de cartel, fraudes a licitações e pagamentos milionários a políticos de alto escalão, que beneficiariam inclusive o atual vice-presidente Michel Temer. Envolvendo diversos partidos, como o PMDB, PT, PSDB, PR, DEM, PCdoB, PSB e PP, a investigação causou embaraços tanto ao governo Lula como à oposição.
A Camargo Corrêa foi denunciada pelo Ministério Público Federal por formação de cartel nas obras do metrô de Salvador junto com a Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão e outras empresas que também estariam envolvidas no acordo. Para se defender, contratou os serviços de advocacia do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos por nada menos que R$ 15 milhões. A batalha jurídica chegou ao Supremo Tribunal de Justiça, que suspendeu a operação em 2011, alegando ilegalidade na coleta de provas.
Ainda hoje, porém, a Camargo Corrêa sente os efeitos da investigação. Documentos ausentes do processo original da Castelo de Areia chegaram ao Procurador-Geral da República no final do ano passado e podem reabrir o caso, que envolveria também um esquema de pagamento de propinas na concessão do Metrô Rio durante a gestão de Sérgio Cabral. Segundo reportagem da Revista Época, a Polícia Federal teria descoberto tardiamente a relação entre parte das provas apreendidas na operação e o pagamento de uma dívida de R$ 40 milhões do Estado do Rio com a Camargo Corrêa por intermédio da Opportrans. Esta empresa do Grupo Opportunity teria quitado a dívida do Estado em 12 parcelas em 2008, livrando-o assim de cinco ações judiciais movida pela empreiteira. Por sua vez a Opportrans ganhou a renovação de seu controle da concessão do Metrô Rio até 2038, porém a repassou um ano depois para a OAS e os fundos de pensão do Banco do Brasil e da Petrobras. A reportagem aponta que, para cada parcela recebida pela Camargo Corrêa, 5% teria sido destinado a Wilson Carlos de Carvalho, secretário de Governo e coordenador das campanhas de Cabral. Amigo de longa data, marido de sua prima e ex-sócio do Governador, Carlos Emanuel Miranda também teria recebido o mesmo quinhão, por meio de pagamentos no exterior.
Em 2010, ao lado da OAS, a Camargo Corrêa foi a empresa que mais investiu na campanha de Sérgio Cabral para o governo do Estado. Na ocasião, a empresa doou R$ 2 milhões para o PMDB apenas no Rio de Janeiro. Deste total, R$ 1 milhão foi para a campanha de Cabral. Antigo aliado do PMDB, Lindbergh Farias (PT) recebeu o mesmo valor para sua candidatura ao senado. Hoje rival da chapa peemedebista – pré-candidato ao governo do Rio – Lindbergh recebeu ainda R$ 250 mil diretamente do empresário Julio Gerin de Almeida Camargo naquele ano.
Dentre as quatro irmãs, a Camargo é a empreiteira com menor participação em projetos envolvendo Copa e Olimpíadas. Suas participações se dão por intermédio da Invepar, empresa controlada por ela junto com os três maiores fundos de pensão do país. A Invepar está presente nas obras da Transolímpica e do VLT do Centro do Rio de Janeiro, cujos orçamentos somados chegam a R$ 2,8 bilhões. Por meio da Intercement, outra empresa do seu grupo econômico, a Camargo Corrêa consta ainda entre os condenados pelo CADE no caso do “cartel do cimento”, onde o órgão aplicou a maior da multa de sua histórica: R$ 3,1 bilhões.
DE MINAS PARA O MUNDO
Santo Estevão, Sant’Ana e São Miguel. Assim são chamadas as administradoras que controlam a holding Andrade Gutierrez S.A, segundo levantamento do projeto Proprietários do Brasil. Por trás da santa trindade estão cerca de vinte membros da família Andrade e dois da Gutierrez, que dividem entre si o controle das três empresas; à frente, um dos maiores grupos econômicos do Brasil, com uma receita líquida de quase 14 bilhões de reais em 2012, segundo seu último relatório financeiro publicado.

 Da pequena empresa iniciada em Minas Gerais na década de 40 pelos irmãos Roberto e Gabriel Andrade, ao lado do amigo Flávio Gutierrez, até a atual multinacional presente em 44 países (incluindo grandes potências como Alemanha, Rússia, Índia e países com economia de menor expressão como Gana, Ucrânia e Argélia), há um longo caminho marcado por um faro apurado para oportunidades.
Irmão de Roberto e Gabriel, José Maurício de Andrade preferiu a política do que a engenharia. Entre 1947 e 1969, ele foi eleito duas vezes deputado estadual e três vezes deputado federal. Durante a gestão de Juscelino Kubitschek no estado de Minas Gerais, José Maurício foi líder do governo na Assembleia Legislativa, além de ter trabalhado na candidatura do conterrâneo.
Não foi à toa que os negócios dos seus irmãos se expandiram na esteira do crescimento de JK no cenário político nacional: as primeiras obras rodoviárias da empresa se deram quando ele assumiu o governo; e a estreia fora do Estado, com as obras da BR-3 que ligou o Rio de Janeiro a Belo Horizonte, deu-se quando JK chegou à presidência.
Como outras empreiteiras, a Andrade Gutierrez encontrou sua mina de ouro nas obras públicas. Segundo reportagem da Revista Exame, esses contratos correspondiam a 98% do faturamento da empresa em 1989, durante o Governo Sarney. Na mesma época, percebendo a retração dos investimentos públicos para o setor de infraestrutura que se desenhava por conta da crise econômica do país na década de 1980, foi a vez de outro Andrade, filho de Roberto, alinhar a empresa com os novos rumos da economia. Naquela época, Sergio Andrade foi o grande mentor da reestruturação da Andrade Gutierrez e sua expansão para além da construção.
Mas se Sérgio Andrade arquitetou a entrada da Andrade Gutierrez no ramo das teles, foi Otávio Marques quem realizou a engenharia da operação. Em 1992, ele ingressou na empresa trazendo na bagagem sua experiência na presidência da Telemig e da Telebrás, além de sua atuação na Cemig. Seis anos depois, a Telebrás foi vendida na maior privatização do Brasil por mais de R$ 22 bilhões.
Na ocasião, a Tele Norte Leste (posteriormente transformada em Telemar/Oi) foi entregue a um consórcio composto pela Andrade Gutierrez e outras empresas, como a La Fonte Participações, de Carlos Jereissati, irmão do ex-presidente do PSDB, Tasso Jereissati. Segundo dados do último relatório, o setor de telecomunicações foi responsável por 43,2% da receita bruta em 2012: aproximadamente R$ 7,2 bilhões.
Logo depois, em 1998, a Andrade Gutierrez criou a CCR para atuar no mercado de concessões para administração de rodovias no Brasil. Assim, a empresa encerrou o século passado com o caminho pavimentado para expandir no novo milênio.
O sucesso da estratégia de Sérgio Andrade e Otávio Azevedo é evidente nos números da companhia. Em 2010, o setor de telecomunicações respondia por 56,76% dea receita bruta de R$ 18 bilhões da empresa.
Àquela altura, Sérgio já havia passado o bastão da presidência do grupo Andrade Gutierrez para Otávio Azevedo, que permanece no cargo até hoje. Atualmente, a CCR possui participação em diversos consórcios no setor de transporte não só no Brasil, como também no exterior. A lista de empresas do grupo CCR é grande e cruza fronteiras: Ponte Rio-Niterói, NovaDutra, ViaLagos, RodoNorte, AutoBAn, ViaOeste, RodoAnel, Renovias, ViaQuatro, Actua, Engelog, Controlar, EngelogTec, Barcas, SAMM, STP, Transolímpica, Aeroporto Internacional de Quito, Aeroporto Internacional de San José e Aeroporto Internacional de Curaçao.
Atualmente, também fazem parte da cadeia de controle da Andrade Gutierrez empresas como a Light, Sanepar e a Cemig. A mais nova aposta do grupo é a Logimed, empresa especializada na gestão de suprimentos, operação logística e sistemas de tecnologia da informação para hospitais. A empresa presta serviços em São Paulo, para a Santa Casa de São Paulo, Santa Casa de Marília e a Unimed, e em Minas Gerais, para o Lifecenter Hospital.
Entre os dez maiores projetos relacionados à Copa e Olimpíadas no Rio de Janeiro, a Andrade Gutierrez foi a segunda maior beneficiada. A empresa garantiu seu quinhão nos orçamentos para a reforma do Maracanã (R$ 1,2 bilhão), Transolímpica (R$ 1,6 bilhão), Parque Olímpico (R$ 2,1 bilhões), VLT do Centro do Rio (R$ 1,2 bilhão), Transcarioca (R$ 1,9 bilhão) e Reabilitação da Bacia de Jacarepaguá (R$ 673 milhões). Na maior parte deles, a Andrade Gutierrez tem a Odebrecht como parceira no negócio. São exceções apenas as duas últimas obras.
Segundo matéria da Folha de São Paulo, a Andrade Gutierrez compartilhou documentações com a Odebrecht em uma concorrência para obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) nas favelas do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Ambas empresas também foram alvo de denúncia do Ministério Público por suspeita de formação de cartel em São Paulo para a construção da Linha 5 do Metrô.
DENTRE GRANDES, A GIGANTE
A família Odebrecht tem muito a comemorar no aniversário deste ano de 70 anos de empresa. Maior beneficiada direta com os recursos investidos em obras ligadas à Copa e Olimpíadas no Rio de Janeiro, ela é hoje a líder no setor de construção civil no Brasil e uma multinacional de peso.
Dos dez maiores projetos já licitados envolvendo a Copa e Olimpíada no Rio de Janeiro, a Odebrecht participa de todos, com exceção de dois: a Transcarioca e o projeto de despoluição das lagoas da Barra e Jacarepaguá – neste, é suspeita de ter enviado uma proposta de cobertura para cumprir com uma divisão de obras com suas concorrentes, de acordo com uma denúncia da revista Época.
O orçamento total dos outros oito projetos com participação da Odebrecht em consórcios ultrapassa R$27 bilhões.
A empresa já foi investigada pelo Ministério da Justiça por cartelização em obras em portos no Rio Grande do Sul e São Paulo e denunciada pelo Ministério Público de São Paulo por participação em um cartel para obras na linha 5 do metrô da capital paulista. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica(CADE) também apurou práticas de intimidação à concorrência por meio de acordos de exclusividade com fornecedores, no processo que trata da construção da Hidrelétrica de Santo Antônio e Jirau em 2010.
A história da empresa começa com a chegada de Emil Odebrecht ao Brasil, em 1856. Em terras tropicais, o engenheiro alemão trabalhou na construção de estradas no sul do país. Tempos depois, seu neto Emílio Odebrecht fundou uma empresa neste ramo em Recife, em 1923. O negócio faliu, mas inspirou o bisneto Norberto Odebrecht a fundar a Construtora Norberto Odebrecht.
Hoje, a Odebrecht possui mais de R$ 142,3 bilhões em ativos, de acordo com seu último relatório financeiro. Ao todo, são mais de 175 mil funcionários trabalhando em 25 países dos cinco continentes, sendo 27% estrangeiros. A companhia atua em diversos setores, como petróleo, agronegócio, meio ambiente, defesa, transporte, finanças, entre outros. Apesar de reconhecida principalmente como empreiteira, grande parte de sua receita não vem do ramo de construções ou do mercado imobiliário, mas por meio do refino do petróleo brasileiro – mantendo íntima e polêmica relação com a Petrobras.
No final do ano passado, por exemplo, veia à tona a suspeita de superfaturamento em um contrato de US$ 825 milhões com a petrolífera: ali constavam coisas como o valor R$ 7,2 milhões para aluguel de três máquinas de fotocópias e R$ 22 mil como salário mensal de um pedreiro nos Estados Unidos, segundo documentos obtidos pela Agência Estado.

 O estreitamento de laços entre a Odebrecht e a Petrobras deve muito a um Emílio, mas não aquele da família Odebrecht. Embora tenha realizado a primeira obra para a Petrobras – um oleoduto na Bahia – no mesmo ano em que a empresa nasceu, em 1953, – o que define como início de “uma importante parceria que perdura até hoje“ em seu site, a empresa não era mais que uma empreiteira regional de pequeno porte até o início da ditadura militar. A partir de então as coisas mudaram – e rápido, em especial após o governo de Emílio Médici (1969-1974).
Para o historiador Bernardo Galheiro, sua chegada ao poder (1969-1974) estava ligada a uma conciliação entre os interesses de empresários paulistas e baianos. “Na época, a Odebrecht era ligada com outros setores da burguesia baiana, como o grupo Rocha Miranda, família Calmon de Sá e a família Mariani. No governo Médici, eles passaram a dividir o assento do aparato estatal com a burguesia de São Paulo. No de Geisel, assumem o comando”, diz.
“Quando Geisel assume a presidência da Petrobras, ainda no Governo Médici, ele passa a contratar sistematicamente a Odebrecht; quando assume a presidência do país [1974-1979], a empresa dá um salto”, confirma Pedro Campos, que pesquisou a ascensão das empreiteiras no regime militar. Os números do período não deixam dúvida: em 1971, a empresa era a 19ª maior construtora do país; dois anos depois alcançava o terceiro lugar.
Reprodução da tese “A ditadura dos empreiteiros” de Pedro Campos:
Não por acaso, o primeiro projeto da Odebrecht fora do Nordeste ocorre naquele período, a construção da sede da Petrobras no Rio. Um marco não apenas da expansão da empresa, mas da aproximação que seria decisiva para a futura diversificação de seus negócios. Durante a década de 1970, a Odebrecht assumiu obras importantes, como o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, o campus da Universidade da Guanabara (atual UERJ) e a Usina Nuclear de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
Com o fim do “milagre econômico”, veio a retração dos investimentos públicos em obras. Então, já como uma das maiores empreiteiras do país, a Odebrecht passa a comprar empresas no setor petroquímico. Segundo o site da companhia, “a estratégia adotada pela Odebrecht para construir uma petroquímica brasileira líder no setor na América Latina envolveu uma série de outras aquisições. Muitas possibilitadas pelo Programa Nacional de Desestatização, iniciado na década de 90, no qual o Governo Federal vendeu participações em empresas da área”. Reunindo todas as empresas do ramo incorporadas, em 2000 a Odebrecht cria a Braskem.
No Governo Lula, a Braskem consolidou o domínio do setor petroquímico no Brasil, tendo a Petrobras e o BNDES como acionistas do negócio. Concorrendo apenas com empresas estrangeiras, em um país com um dos maiores impostos do mundo para importação de resinas termoplásticas, a Braskem controla o preço de derivados de petróleo. No ano passado, em requerimento para a redução das taxas de importação, o deputado Sandro Mabel (PMDB) considerou a Braskem um “monopólio com mais de 80% do mercado de resinas termoplasticas”, cujo poder de mercado cria “inflação nos produtos que são consumidos pela classe mais necessitada”.
A Odebrecht vem recebendo seguidamente financiamentos bilionários do BNDES: entre 2004 e 2013, a Fundação Odebrecht, a construtora e a Odebrecht Óleo e Gás receberam juntas mais de R$ 498 milhões, segundo levantamento feito pela reportagem com dados obtidos no site da empresa e por Lei de Acesso à Informação. Mas a preferida do BNDES é a Braskem: apenas entre 2008 e 2013, esta empresa do grupo recebeu mais de R$ 4,1 bilhões em empréstimos. A Odebrecht é ainda a maior beneficiada com desembolsos do BNDES para operações de exportação. Entre 2009 e março de 2014, foram repassados mais de U$ 5 bilhões para a empresa.

Recentemente, a família entrou também no setor armamentício, com a Odebrecht Defesa e Tecnologia, que “concebe, implanta, integra e gerencia tecnologias e produtos de uso militar e civil”. Entre 2007 e 2010 o orçamento do Ministério da Defesa aumentou 45%. E a Odebrecht foi uma das maiores beneficiadas pelos investimentos na Marinha. Junto com a empresa francesa DCNS abocanhou um contrato de R$ 21 bilhões – sem licitação – para a construção do submarino nuclear brasileiro, a ser entregue em 2023, além quatro submarinos convencionais.
Mesmo após deixar a presidência, Lula continua fortalecendo a empresa dentro e fora do país. Em viagem oficial o ex-presidente escalou um executivo da Odebrecht para a comitiva que representaria o país na Guiné Equatorial. De acordo com levantamento da Folha de São Paulo, feito em março de 2013, a Odebrecht, OAS e Camargo Corrêa pagaram quase metade das viagens internacionais de Lula, após deixar a presidência, até aquela data.
Segundo Emílio Odebrecht Jr, sua aproximação com Lula começou em 1992, quando Mário Covas apresentou um ao outro. Em 2008, o empresário afirmou que o encontro gerou “uma relação extremamente gratificante” e sentenciou: “O presidente Lula não tem nada de esquerda, nunca foi de esquerda”.
Três anos depois, na apresentação do projeto do Itaquerão – construído também pela empresa – o mesmo Emílio Odebrecht saudou a chegada de Lula exclamando: “Meu chefe!”.

Materia extraída do site da PUBLICA

domingo, 10 de setembro de 2017

OLHANDO PARA O FUTURO....

*Olhando para o futuro...

Em 1998, a Kodak tinha 170.000 funcionários e vendeu 85% de todo o papel fotográfico vendido no mundo. No curso de poucos anos, o modelo de negócios dela desapareceu e eles abriram falência. O que aconteceu com a Kodak vai acontecer com um monte de indústrias nos próximos 10 anos – e a maioria das pessoas não enxerga isso chegando. Você poderia imaginar em 1998 que 3 anos mais tarde você nunca mais iria registrar fotos em filme de papel?
No entanto, as câmeras digitais foram inventadas em 1975. As primeiras só tinham 10.000 pixels, mas seguiram a Lei de Moore. Assim como acontece com todas as tecnologias exponenciais, elas foram decepcionantes durante um longo tempo, até se tornarem imensamente superiores e dominantes em uns poucos anos. O mesmo acontecerá agora com a inteligência artificial, saúde, veículos autônomos e elétricos, com a educação, impressão em 3D, agricultura e empregos.
Bem-vindo à quarta Revolução Industrial!
O software irá destroçar a maioria das atividades tradicionais nos próximos 5-10 anos.
O UBER é apenas uma ferramenta de software, eles não são proprietários de carros e são agora a maior companhia de táxis do mundo. A AIRBNB é a maior companhia hoteleira do mundo, embora eles não sejam proprietários.
Inteligência Artificial: Computadores estão se tornando exponencialmente melhores no entendimento do mundo. Neste ano, um computador derrotou o melhor jogador de GO do mundo, 10 anos antes do previsto. Nos Estados Unidos, advogados jovens já não conseguem empregos. Com o WATSON, da IBM, V. pode conseguir aconselhamento legal (por enquanto em assuntos mais ou menos básicos) dentro de segundos, com 90% de exatidão se comparado com os 70% de exatidão quando feito por humanos. Por isso, se V. está estudando Direito, PARE imediatamente. Haverá 90% menos advogados no futuro, apenas especialistas permanecerão.
O WATSON já está ajudando médicos a diagnosticar câncer, quatro vezes mais exato do que médicos humanos. 

O FACEBOOK incorpora agora um software de reconhecimento de padrões que pode reconhecer faces melhor que os humanos. Em 2030, os computadores se tornarão mais inteligentes que os humanos.
Veículos autônomos: em 2018 os primeiros veículos dirigidos automaticamente aparecerão ao público. Ao redor de 2020, a indústria automobilística completa começará a ser demolida. Você não desejará mais possuir um automóvel. Nossos filhos jamais necessitarão de uma carteira de habilitação ou serão donos de um carro. Isso mudará as cidades, pois necessitaremos 90-95 % menos carros para isso.
Poderemos transformar áreas de estacionamento em parques. Cerca de 1.200.000 pessoas morrem a cada ano em acidentes automobilísticos em todo o mundo. Temos agora um acidente a cada 100.000 km, mas com veículos auto-dirigidos isto cairá para um acidente a cada 10.000.000 de km. Isso salvará mais de 1.000.000 de vidas a cada ano.
A maioria das empresas de carros poderão falir. Companhias tradicionais de carros adotam a tática evolucionária e constroem carros melhores, enquanto as companhias tecnológicas (Tesla, Apple, Google) adotarão a tática revolucionária e construirão um computador sobre rodas. Eu falei com um monte de engenheiros da Volkswagen e da Audi: eles estão completamente aterrorizados com a TESLA.
Companhias seguradores terão problemas enormes porque, sem acidentes, o seguro se tornará 100 vezes mais barato. O modelo dos negócios de seguros de automóveis deles desaparecerá.
Os negócios imobiliários mudarão. Pelo fato de poderem trabalhar enquanto se deslocam, as pessoas vão se mudar para mais longe para viver em uma vizinhança mais bonita.
Carros elétricos se tornarão dominantes até 2020. As cidades serão menos ruidosas porque todos os carros rodarão eletricamente. A eletricidade se tornará incrivelmente barata e limpa: a energia solar tem estado em uma curva exponencial por 30 anos, mas somente agora V. pode sentir o impacto. No ano passado, foram montadas mais instalações solares que fósseis. O preço da energia solar vai cair de tal forma que todas as mineradoras de carvão cessarão atividades ao redor de 2025.
Com eletricidade barata teremos água abundante e barata. A dessalinização agora consome apenas 2 quilowatts/hora por metro cúbico. Não temos escassez de água na maioria dos locais, temos apenas escassez de água potável. Imagine o que será possível se cada um tiver tanta água limpa quanto desejar, quase sem custo.
Saúde: O preço do Tricorder X será anunciado este ano. Teremos companhias que irão construir um aparelho médico (chamado Tricorder na série Star Trek) que trabalha com o seu telefone, fazendo o escaneamento da sua retina, testa a sua amostra de sangue e analisa a sua respiração (bafômetro). Ele então analisa 54 bio-marcadores que identificarão praticamente qualquer doença. Vai ser barato, de tal forma que em poucos anos cada pessoa deste planeta terá acesso a medicina de padrão mundial praticamente de graça.
Impressão 3D: o preço da impressora 3D mais barata caiu de US$ 18.000 para US$ 400 em 10 anos. Neste mesmo intervalo, tornou-se 100 vezes mais rápida. Todas as maiores fábricas de sapatos começaram a imprimir sapatos 3D. Peças de reposição para aviões já são impressas em 3D em aeroportos remotos.

A Estação Espacial tem agora uma impressora 3D que elimina a necessidade de se ter um monte de peças de reposição como era necessário anteriormente. No final deste ano, os novos smartphones terão capacidade de escanear em 3D. Você poderá então escanear o seu pé e imprimir sapatos perfeitos em sua casa. Na China, já imprimiram em 3D todo um edifício completo de escritórios de 6 andares. Lá por 2027, 10% de tudo que for produzido será impresso em 3D.
Oportunidades de negócios: Se V. pensa em um nicho no qual gostaria de entrar, pergunte a si mesmo: “SERÁ QUE TEREMOS ISSO NO FUTURO?” e, se a resposta for SIM, como V. poderá fazer isso acontecer mais cedo? Se não funcionar com o seu telefone, ESQUEÇA a idéia. E qualquer idéia projetada para o sucesso no século 20 estará fadada a falhar no século 21.
Trabalho: 70-80% dos empregos desaparecerão nos próximos 20 anos. Haverá uma porção de novos empregos, mas não está claro se haverá suficientes empregos novos em tempo tão exíguo.
Agricultura: haverá um robô agricultor de US$ 100,00 no futuro. Agricultores do 3º mundo poderão tornar-se gerentes das suas terras ao invés de trabalhar nelas todos os dias. A AEROPONIA necessitará de bem menos água. A primeira vitela produzida “in vitro” já está disponível e vai se tornar mais barata que a vitela natural da vaca ao redor de 2018. 

Atualmente, cerca de 30% de todos as superfícies agriculturáveis são ocupados por vacas. Imagine se tais espaços deixarem se ser usados desta forma. Há muitas iniciativas atuais de trazer proteína de insetos em breve para o mercado. Eles fornecem mais proteína que a carne. Deverá ser rotulada de FONTE ALTERNATIVA DE PROTEÍNA. (porque muitas pessoas ainda rejeitam ideias de comer insetos).
Existe um aplicativo chamado “moodies” (estados de humor) que já é capaz de dizer em que estado de humor V. está. Até 2020 haverá aplicativos que podem saber se V. está mentindo pelas suas expressões faciais. Imagine um debate político onde estiverem mostrando quando as pessoas estão dizendo a verdade e quando não estão.
O BITCOIN (dinheiro virtual) pode se tornar dominante este ano e poderá até mesmo tornar-se em moeda-reserva padrão.
Longevidade: atualmente, a expectativa de vida aumenta uns 3 meses por ano. Há quatro anos, a expectativa de vida costumava ser de 79 anos e agora é de 80 anos. O aumento em si também está aumentando e ao redor de 2036, haverá um aumento de mais de um ano por ano. Assim possamos todos viver vidas longas, longas, possivelmente bem mais que 100 anos.
Educação: os smartphones mais baratos já estão custando US$ 10,00 na África e na Ásia. Até 2020, 70% de todos os humanos terão um smartphone. Isso significa que cada um tem o mesmo acesso a educação de classe mundial. Cada criança poderá usar a academia KHAN para tudo o que uma criança aprende na escola nos países de Primeiro Mundo. 

Por isso cuido do.meu corpo com alimentacao saudavel.  Em 15 anos muitas doencas serao curaveis. Preciso de um braco ,de um olho , de um coração, estará disponivel em lojas regularmente constituídas. Amem mais, sejam felizes com a família, com os amigos e com o seu próximo pois a única coisa eterna é o bom sentimento do amor!

*Claudio Brito

Claudio Brito é especializado em Marketing Digital pela Fecap-SP e em Dinâmica de Grupo pela SBDG, tem 19 anos de experiência e participou de treinamentos internacionais com mestres como Alexander Osterwalder, Steve Blank e Eric Ries. Foi selecionado pela Endeavor para o curso “Building a High Growth Business” em Babson, faculdade No. 1 em empreendedorismo nos EUA. No Brasil, participa ativamente do desenvolvimento do mercado inclusive organizando missões empresarias para o Vale do Silício onde apresenta empresas como Google, Apple e Evernotes. É facilitador do Empretec, palestrante e mentor de startups. Como empresário, mantém a Acelera Startups uma comunidade digital que já atingiu 20.000 empreendedores em 47 países.

sábado, 9 de setembro de 2017

FALANDO VERDADES....

FALANDO VERDADES...
As elites não ligam para corrupção, elas participam
da corrupção, não é isso que a deixa furiosa.
.
Róber Iturriet Avila*

Três intelectuais de relevo trataram recentemente acerca do ódio ao PT: Leonardo Boff, Luis Fernando Veríssimo e Luiz Carlos Bresser Pereira. Suas palavras têm a lucidez de quem enxerga além das aparências e do senso comum. Embora o momento corrente não seja corriqueiro, um olhar histórico traz ensinamentos.
Na Revolução Francesa, por exemplo, na aparência havia uma ruptura lastreada em novos valores: Liberté, Egalité, Fraternité. O pano de fundo real era, entretanto, a emergência de um novo grupo. Em meio a um período econômico conturbado, a burguesia degolou o poder político e o status social da aristocracia.
No Brasil, a constatação de que a escravidão foi excessivamente longa já sinalizava que o arranjo da sociedade é deveras estamental. Políticas progressistas sempre encontraram fortes barreiras conservadoras.
Os conflitos de 1954, por exemplo, foram intensos. Na superfície, o governo estava cercado diante dos “escândalos” de corrupção. A constante oposição na imprensa desgastava Vargas. Em 1954, o então presidente aumentou o salário mínimo em 100%. Quem não é ingênuo sabe que Vargas estava contrariando interesses empresariais, tanto com a concessão de direitos trabalhistas e civis, quanto com ampliações salariais. O suicídio foi a saída honrosa ao cerco montado.

João Goulart foi presidente em um período de conflitos. Seu governo concedia elevados aumentos salariais, prometia reforma urbana, voto de analfabetos, elegibilidade de todos brasileiros, reforma agrária, concessão de terras a trabalhadores rurais, justiça social, emancipação dos brasileiros. Caiu! O receio do “golpe comunista” foi o discurso raso que justificava.

Vargas e Goulart saíram do poder ao tempo em que concediam direitos sociais, sobretudo aos menos favorecidos. Não é novidade que durante os governos do PT, os trabalhadores ampliaram sua renda, o salário mínimo cresceu de maneira contínua e houve uma série de programas sociais.


Não surpreende que, mais uma vez, setores da sociedade brasileira se ergam contra tais políticas, ainda que, escamoteadamente, o bordão seja “contra a corrupção”.
Evidentemente, existem elementos factuais dos governos Lula e Dilma que causaram desconforto e indignação a todos os cidadãos. Contudo, é preciso muita inocência para imaginar que as manifestações contra o governo são incentivadas pelo descontentamento com a corrupção, pela elevação do preço do combustível ou da energia. Quem tem conhecimento histórico e compreensão profunda da sociedade não ignora a ojeriza existente a um programa que garante R$ 35,00 para os pobres. O ódio não é ao PT.
Conhecendo um pouco mais dos dados do Brasil se observa que houve dois momentos de crescimento relevante do nível dos salários: no período Getúlio Vargas – João Goulart e nos governos do Partido dos Trabalhadores. Os gráficos da economia  não apenas demonstram esses movimentos como indicam que presentemente o excedente operacional bruto caiu em relação ao produto total em detrimento do incremento nos salários. Interesses poderosos estão sendo feridos. Não apenas segmentos estão perdendo, em termos relativos, como também regiões. Será mesmo preciso pintar de azul em um mapa qual região perde mais com a solidariedade distributiva?


*Róber Iturriet Avila é doutor em economia, pesquisador da Fundação de Economia e Estatística e professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos.

VERMELHINHO COMEMORA 35 ANOS DE ATIVIDADES !

Empresas Vermelhinho atuam em Cerro Largo desde 14 de abril de 1984, há 35 anos . *Texto publicado pela empresa em seu site e demais ...