sexta-feira, 28 de novembro de 2014

SEMINÁRIO REFLETE EDUCAÇÃO BÁSICA E AVALIA FORMAÇÃO CONTINUADA.

Cerro Largo: Seminário reflete educação básica e avalia Programa de Formação Continuada

formao_cerrolargo“Aquilo que se vê nos livros, nos computadores, nos diferentes armazéns do conhecimento já não é mais conhecimento, são saberes da humanidade, porque o conhecimento tem que ser algo sempre novo, tem de representar uma nova geração daquilo que se conhece como a realidade”. A frase do secretário de Educação do Rio Grande do Sul, José Clóvis de Azevedo, mostra um novo conceito para o ensino. Porém, como transmitir saberes e gerar conhecimento aliando teoria e prática na realidade da educação pública básica no Estado? Para refletir sobre questões como essa é que se reuniram, nesta quinta-feira (27), em Cerro Largo, cerca de 800 pessoas para o I Seminário Macromissioneiro de Formação Continuada de Trabalhadores em Educação. O evento contou com a participação de representantes de seis Coordenadorias Regionais da Educação (CREs) dos municípios de Santo Ângelo, Santa Rosa, Ijuí, São Luiz Gonzaga, Três Passos e Cruz Alta, do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS) de oito núcleos da região, de Secretarias Municipais de Educação de 85 municípios, da Promotoria de Justiça Regional de Educação de Santo Ângelo e Missões e de oito Instituições de Ensino Superior (IES) presentes no estado.
O Seminário representou o encerramento da 1ª fase do programa Interinstitucional de Formação Continuada dos Trabalhadores em Educação da Região Macromissioneira – Noroeste do RS. O Programa, iniciado neste ano, buscou articular instituições nos diferentes níveis federal, estadual e municipal para refletir as práticas pedagógicas na educação pública básica nesta região. Conforme afirma o coordenador, Luis Fernando Gastaldo, professor da UFFS, esta foi uma fase de avaliação e sistematização dos trabalhos realizados ao longo de 2014. “O grande desafio agora é mantermos isso em andamento. Depois de todo um processo de construção, este ano pudemos efetivar as formações, por meio dos Grupos de Trabalho”, afirma. Gastaldo também explicou o caráter interinstitucional que define o Programa: “não somos nós que devemos ditar o que a escola deve fazer, os próprios professores sabem de suas necessidades e é nisso que auxiliamos e foi dessa forma que fizemos desde o início”.
Para José Clóvis, o Programa é referência para outras regiões: as universidades já têm ido às comunidades e é muito produtivo fazer essa ponte, essa integração entre a educação básica e a universidade. “Quando a proposta surgiu, eu disse: 'é isso que precisamos fazer'. É uma referência fantástica, é a ideia mais importante que se viu em termos de formação nos últimos tempos”, avalia o secretário.
Articulação interinstitucional
Para fazer a formação continuada de cerca de 10 mil profissionais da educação (entre professores e funcionários das escolas), de 85 municípios do Estado, é preciso que várias instituições trabalhem juntas em prol da otimização da educação. Coordenada pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Cerro Largo, ela ainda conta com oito IES da região, que atuam como instituições formadoras: Instituto Federal Farroupilha (IFF dos campi Santa Rosa, Santo Ângelo e Panambi), Unijuí, URI, IESA, Unicruz e Setrem. Para o diretor da UFFS – Campus Cerro Largo, Edemar Rotta, esse foi um movimento significativo que representa um grande ganho para a educação. “Além de unir os trabalhadores em educação, ele também congregou as instituições. Só tivemos movimento similar a esse na década de 90. Estávamos muito desarticulados em termos de participação das IES na formação dos docentes, pois cada um fazia o seu trabalho separadamente”, reflete Rotta.
Reconhecimento Nacional
O vice-reitor da UFFS, Antônio Andrioli, que esteve presente no evento, informou que o Programa representa “o maior projeto de extensão da Universidade e também o melhor avaliado programa de formação continuada de trabalhadores do Brasil”. Ele também ressalta o protagonismo dos professores por terem a função de definir as estratégias, os métodos e objetivos utilizados. “É um processo que parte da valorização do profissional docente, envolvendo técnicos da educação e todos os profissionais que atuam no Ensino Médio e na Escola Básica da região, trazendo o protagonismo desses profissionais para a elaboração do próprio Programa”, informa Andrioli.
Painel de GT´s
Os representantes dos Grupos de Trabalhos puderam relatar aos demais suas experiências realizadas ao longo de 2014. Cada um dos GT´s foi composto por profissionais da área temática, por um coordenador designado pelas CRE´s e por um professor assessor de uma das IES, também vinculado à área de interesse. Foram formados cerca de nove GT´s em cada CRE abrangendo diferentes áreas de conhecimento: Gestão, Alfabetização e Letramento, Seminário Integrado, Educação Profissional, Matemática, Ciências Naturais, Ciências Humanas, Códigos e Linguagens e, por fim, Funcionários de Escola.
No encerramento da primeira etapa, foi entregue um documento à Secretaria de Educação do Estado solicitando a garantia da continuidade do Programa nos próximos anos.

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