Cerro Largo: Seminário reflete educação básica e avalia Programa de Formação Continuada
“Aquilo
que se vê nos livros, nos computadores, nos diferentes armazéns do
conhecimento já não é mais conhecimento, são saberes da humanidade,
porque o conhecimento tem que ser algo sempre novo, tem de representar
uma nova geração daquilo que se conhece como a realidade”. A frase do
secretário de Educação do Rio Grande do Sul, José Clóvis de Azevedo,
mostra um novo conceito para o ensino. Porém, como transmitir saberes e
gerar conhecimento aliando teoria e prática na realidade da educação
pública básica no Estado? Para refletir sobre questões como essa é que
se reuniram, nesta quinta-feira (27), em Cerro Largo, cerca de 800
pessoas para o I Seminário Macromissioneiro de Formação Continuada de
Trabalhadores em Educação. O evento contou com a participação de
representantes de seis Coordenadorias Regionais da Educação (CREs) dos
municípios de Santo Ângelo, Santa Rosa, Ijuí, São Luiz Gonzaga, Três
Passos e Cruz Alta, do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do
Sul (CPERS) de oito núcleos da região, de Secretarias Municipais de
Educação de 85 municípios, da Promotoria de Justiça Regional de Educação
de Santo Ângelo e Missões e de oito Instituições de Ensino Superior
(IES) presentes no estado.
O
Seminário representou o encerramento da 1ª fase do programa
Interinstitucional de Formação Continuada dos Trabalhadores em Educação
da Região Macromissioneira – Noroeste do RS. O Programa, iniciado neste
ano, buscou articular instituições nos diferentes níveis federal,
estadual e municipal para refletir as práticas pedagógicas na educação
pública básica nesta região. Conforme afirma o coordenador, Luis
Fernando Gastaldo, professor da UFFS, esta foi uma fase de avaliação e
sistematização dos trabalhos realizados ao longo de 2014. “O grande
desafio agora é mantermos isso em andamento. Depois de todo um processo
de construção, este ano pudemos efetivar as formações, por meio dos
Grupos de Trabalho”, afirma. Gastaldo também explicou o caráter
interinstitucional que define o Programa: “não somos nós que devemos
ditar o que a escola deve fazer, os próprios professores sabem de suas
necessidades e é nisso que auxiliamos e foi dessa forma que fizemos
desde o início”.
Para José Clóvis, o
Programa é referência para outras regiões: as universidades já têm ido
às comunidades e é muito produtivo fazer essa ponte, essa integração
entre a educação básica e a universidade. “Quando a proposta surgiu, eu
disse: 'é isso que precisamos fazer'. É uma referência fantástica, é a
ideia mais importante que se viu em termos de formação nos últimos
tempos”, avalia o secretário.
Articulação interinstitucional
Para fazer a formação
continuada de cerca de 10 mil profissionais da educação (entre
professores e funcionários das escolas), de 85 municípios do Estado, é
preciso que várias instituições trabalhem juntas em prol da otimização
da educação. Coordenada pela Universidade Federal da Fronteira Sul
(UFFS) – Campus Cerro Largo, ela ainda conta com oito IES da região, que
atuam como instituições formadoras: Instituto Federal Farroupilha (IFF
dos campi Santa Rosa, Santo Ângelo e Panambi), Unijuí, URI, IESA,
Unicruz e Setrem. Para o diretor da UFFS – Campus Cerro Largo, Edemar
Rotta, esse foi um movimento significativo que representa um grande
ganho para a educação. “Além de unir os trabalhadores em educação, ele
também congregou as instituições. Só tivemos movimento similar a esse na
década de 90. Estávamos muito desarticulados em termos de participação
das IES na formação dos docentes, pois cada um fazia o seu trabalho
separadamente”, reflete Rotta.
Reconhecimento Nacional
O vice-reitor da UFFS,
Antônio Andrioli, que esteve presente no evento, informou que o Programa
representa “o maior projeto de extensão da Universidade e também o
melhor avaliado programa de formação continuada de trabalhadores do
Brasil”. Ele também ressalta o protagonismo dos professores por terem a
função de definir as estratégias, os métodos e objetivos utilizados. “É
um processo que parte da valorização do profissional docente, envolvendo
técnicos da educação e todos os profissionais que atuam no Ensino Médio
e na Escola Básica da região, trazendo o protagonismo desses
profissionais para a elaboração do próprio Programa”, informa Andrioli.
Painel de GT´s
Os
representantes dos Grupos de Trabalhos puderam relatar aos demais suas
experiências realizadas ao longo de 2014. Cada um dos GT´s foi composto
por profissionais da área temática, por um coordenador designado pelas
CRE´s e por um professor assessor de uma das IES, também vinculado à
área de interesse. Foram formados cerca de nove GT´s em cada CRE
abrangendo diferentes áreas de conhecimento: Gestão, Alfabetização e
Letramento, Seminário Integrado, Educação Profissional, Matemática,
Ciências Naturais, Ciências Humanas, Códigos e Linguagens e, por fim,
Funcionários de Escola.
No
encerramento da primeira etapa, foi entregue um documento à Secretaria
de Educação do Estado solicitando a garantia da continuidade do Programa
nos próximos anos.
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