Postado por Juremir em 22 de março de 2015 - www.correiodopovo.com
A guerra é implacável entre os partidos
brasileiros. Um faz, o outro se associa e um terceiro imita.
A corrupção na Petrobras, segundo os delatores,
começou no governo FHC. O PT aprimorou com ajuda do PMDB e do PP.
O PSDB inventou o mensalão em Minas Gerais em
benefício de Eduardo Azeredo. O PT, com PMDB, PP e outros, aperfeiçoou e tornou
federal um esquema que era estadual e ainda razoavelmente discreto, embora
eficaz e predador.
A justiça de São Paulo acaba de aceitar denúncia no
caso do cartel de empresas do metrô paulistano. Um enorme propinoduto prosperou
ao longo dos governos tucanos. José Serra e Geraldo Alckmin tiveram tempo e
condições de perceber que estava vazando dinheiro público em horta alheia. A
Siemens já confessou ter participado do jogo. Foi grana alta.
Em comum, PT e PSDB tem o mesmo discurso: ninguém
sabia de nada. FHC não viu a compra da emenda da sua reeleição nem a corrupção
na Petrobras. Azeredo não viu o mensalão que irrigou sua campanha. Lula jamais
soube de qualquer coisa. Dilma não sabe de nada. De Mario Covas a Geraldo
Alckmin ninguém viu a corrupção em São Paulo. Quanta cegueira!
Nas manifestações de 15 de março, legitimamente
contra a corrupção, estranhamente só a corrupção do PT era visada.
Faz algum sentido. O PT tem o poder federal.
Mas nenhum cartazinho, que eu tenha visto, contra
Renan Calheiros, Eduardo Cunha, PMDB, PSDB, PP e outros.
No Rio Grande do Sul, nenhuma faixinha sobre os
seis do PP presentes na lista Janot.
Dia 12 de abril haverá nova rodada de manifestações
no Brasil. Os paulistas vão protestar contra a ladroagem do metrô?
Entre nós, estão todos no mesmo saco, são todos
muito parecidos e ainda tentam se livrar com a mesma desculpa: é muito perigoso
tratar todos os políticos como farinha do mesmo saco, pois isso põe em risco a
democracia.
Tem uma solução para isso: é só os políticos não se
comportarem da mesma maneira.
Por enquanto, no atacado, não tem diferença.
Só a ideologia tem feito distinções.
E a justiça. O mensalão mineiro ainda não foi
julgado. A emenda da eleição de FHC nem foi investigada.
O PT diz que nos seus governos nada se engaveta e
ninguém interfere no trabalho da Polícia Federal.
Os antipetistas dizem que há nada demais
nisso, que esse é o funcionamento normal das instituições, mas, na época de
FHC, o Procurador-Geral da República Geraldo Brindeiro arquivava tudo. O STF
atual tem maioria indicada por Lula e Dilma. Mesmo assim, botou petistas na
cadeia, aliviou a situação de Eduardo Azeredo, mandando seu caso para
instâncias inferiores, e segue o seu curso mostrando autonomia, acertos e erros
para todos os lados e até legislando quando acha necessário.
Por trás da indignação contra a corrupção corre o
ódio ao bolsa-família.
Isso, porém, não absolve o PT, que, de resto,
acabou.
A senadora Marta Suplicy já o declarou morto. Vai
para o PSB. O senador gaúcho Paulo Paim quer sair.
O PT deu os doces.
Só falta o atestado de óbito. Depois de tanta
corrupção, já vai tarde. Pode levar os demais com ele.
Os partidos brasileiros precisam ser refundados de
cabo a rabo.
Quem aceita começar?
Precisamos de reforma política radical a ser feitos
pelos políticos.
Eles não podem fazê-la.
Não querem se suicidar.
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