sexta-feira, 8 de abril de 2016

MAIS DUAS DO JUREMIR MACHADO DA SILVA.



Postado em 7 de abril de 2016  por Juremir Correio do Povo

Caro ministro Gilmar Mendes: sei que o STF toma quase todo o seu tempo. O pouco que sobra, pelo que sei, o senhor usa em reuniões com o pessoal do PSDB. Li sua declaração irônica dizendo que não conhecia impeachment de vice-presidente e que o ministro Marco Aurélio ensina coisas todo dia. Resolvi colaborar com o seu cotidiano. Aqui vão três singelas sugestões de leitura:
1.    Partículas elementares, de Michel Houellebecq. É um grande romance. Será muito para lhe ajudar a pensar em outra coisa nestes tempos de obsessões golpistas.
2.    1964, golpe midiático-civil-militar; e Vozes da legalidade; deste que vos escreve. Ajudará a não participar de um golpe midiático-civil-judicial. E a não dar ouvidos à Rede Globo.
3.    A Constituição Federal. É uma leitura revigorante. Comece pelos artigos 51 e 52.
4.    Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
I – autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado.
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I – processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)


Postado em 8 de abril de 2016  por Juremir Correio do Povo

E de repente, não mais do que de repente
Romero Jucá se fez um homem decente,
E o velho PMDB desapegou do poder
Mas se esqueceu de devolver o chofer.

De repente, não mais do que repente
A elite branca parou de sonegar
E foi como louca às ruas protestar
Contra a corrupção dos seus eleitos.

Só vendo, porém, certos defeitos.

As razões do impeachment eram dez
As de sempre e mais o medo do revés.

De repente, não mais que de repente
A oposição respondeu presente
E gritou fazendo caras e bocas de mau:
temos de matar a cobra e mostrar o pau.

De repente, não mais do que repente,
Chamaram o impoluto Eduardo Cunha
Para disparar a sua única bala de prata
na cabeça da jararaca com cara de lata.

E fez-se a luz: eram todos da mesma classe.
Uns mais adiantados, outros reprovados.
Mas todos com boletim (de ocorrência).

O impeachment vestiu-se de golpe maneiro
Janaína rodopiou o seu corpo inteiro
E foram todos passear na floresta
À espera de mais uma carta do Lobão.


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