Base Nacional Curricular é tema de Seminário no Campus Cerro Largo
Na ultima quarta-feira (2) é foi o dia da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), momento
criado para se intensificar as discussões e os debates sobre o documento. Dessa
forma, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Cerro Largo
realizou, na terça-feira (1°) o I Seminário da BNCC na Associação dos Municípios
das Missões (AMM) com a presença da professora doutora e representante do
Ministério da Educação (MEC), Erondina Barbosa da Silva. Ela trouxe explicações
e reflexões sobre o documento para professores universitários e da Educação
Básica, gestores de escolas de toda a região, licenciandos e demais interessados
no assunto.
O documento, disponível para
apreciação e intervenção desde setembro de 2015, é uma proposta com diretrizes
para a renovação e o aprimoramento da Educação Básica no país. A Base Nacional
Comum é prevista na Constituição (Ensino Fundamental) e no Plano Nacional de
Educação (PNE – Ensino Médio) e traz orientações estratégicas para ações de
profissionais da educação. Para Erondina, a BNCC vai além do conteúdo, pois
“aborda a possibilidade de tratar práticas e valores que tenham significado para
o sujeito. A concepção de currículo é tão ampla que envolve não apenas a
predicação escolar, mas também o entendimento de uma educação formal e
não-formal, uma vez que a educação é um processo que acontece dentro e fora da
escola”, explica.
Para o
professor da UFFS – Campus Cerro Largo, Luiz Fernando Gastaldo, o debate sobre o
documento, com a possibilidade de contribuições dos profissionais da educação
sendo expressas diretamente para o MEC, mostra-se bastante valoroso. “Nós já
temos outros documentos que norteiam o nosso dia a dia. Porém, qual deles
tivemos a oportunidade de, antes de ser avaliado, discutir e até mesmo alterar?
A aprovação posterior da Base vai implicar diretamente nas ações das escolas e
de cada universidade presente na região, por isso esse momento é importante”,
afirma Gastaldo.
O que propõe a BNCC?
O documento abre debate em duas
principais frentes: a formação inicial e continuada de professores; e o material
didático, que, segundo o MEC, deverá passar por mudanças. Para Erondina, a Base
é só o início de um longo processo de transformações na educação brasileira.
“Nós esperamos que o documento seja capaz de impactar na política de formação e
valorização dos docentes e que, a partir dela, as universidades consigam pensar
na formação inicial dos professores. Além disso, não dá para pensar que a
qualidade da educação em um país vai melhorar apenas por meio de um documento.
Nós precisamos pensar em uma política nacional de materiais e de tecnologias
educacionais”, analisa.
Ainda
conforme Erondina, a Base leva em consideração a diversidade e realidade
regional, bem como os saberes constituídos pelas relações sociais. “A
organização da nossa proposta escolar deve compreender o currículo como
experiências escolares e pelos saberes que estão acumulados nas regiões, nos
municípios e no que faz parte do dia a dia de vocês. Ele deve ser construído em
concordância com a peculiaridade do meio em que está inserido”, informa a
professora.
A proposta da BNCC foi elaborada por
116 especialistas entre professores de universidades, de redes estaduais e
municipais e representantes de Secretarias Estaduais. Há especialistas de todos
os estados do Brasil e com experiência na formulação de currículos.
Além da discussão em instituições em
todo o país – que deve seguir até o dia 15 de dezembro – o MEC disponibiliza a
consulta pública por meio do site basenacionalcomum.mec.gov.br, em que qualquer cidadão pode
opinar e contribuir.
www.uffs.edu.br
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